[Dom Adelar Baruffi, Bispo de Cruz Alta/RS]
Nosso Papa Francisco nos ofereceu um “ministério” para os catequistas. Isto foi no dia dez de maio deste ano, com a Carta Apostólica “Antiquum ministerium” (ministério antigo). Nós temos em nossa Diocese de Cruz Alta mais de um mil catequistas. Eles já estão sendo orientados na Iniciação à Vida Cristã, num processo de discernimento. Sua missão está ligada à comunidade de fé, com uma preparação intelectual, amor pelos outros e busca do seguimento de Jesus Cristo no real da vida. Elas têm um caminho que fazem sempre, há vários anos, em nossa Diocese. É bom recordar toda a formação que acontece, sobretudo o Curso de Lideranças e a possibilidade de preparar-se sempre mais para a importante missão que exercem. Contudo, a alegria do caminho que fazem diz que são felizes!
O que muda no fato de serem ministros catequistas? Nosso Papa, fazendo referência aos fundamentos bíblicos cita vários textos, e afirma que “toda a história da evangelização destes dois milênios manifesta, com grande evidência, como foi eficaz a missão dos catequistas. Bispos, sacerdotes e diáconos, juntamente com muitos homens e mulheres de vida consagrada, dedicaram a sua vida à instrução catequética, para que a fé fosse um válido sustentáculo para a existência pessoal de cada ser humano” (Francisco, n. 3).
O primeiro ponto é o reconhecimento de algo importante para nosso momento: quem são os anunciadores do Evangelho. Os catequistas anunciam o Evangelho de maneira clara e única. “Hoje em dia, em razão da escassez de clero para evangelizar tão grandes multidões e exercer o ministério pastoral, o ofício dos catequistas tem muitíssima importância” (Ad Gentes, n. 17). Também, o segundo ponto importante é que nas comunidades, somando-se a tantos padres, diáconos e leigos, os catequistas preparam para a comunidade de fé. Eles operam o que já se disse que a liturgia só tem sentido quando forem colocados os elementos centrais da vida de fé na pessoa. Eles “são expressão do valor central da obra catequética, que coloca em primeiro plano a instrução e a formação permanente dos crentes” (Francisco, n. 4). Diz nosso Papa, que a responsabilidade pela evangelização no mundo atual, com seus desafios na pluralidade, convoca a todos à missão. “Fidelidade ao passado e responsabilidade pelo presente são as condições indispensáveis para que a Igreja possa desempenhar a sua missão no mundo” (Francisco, n. 5).
A missão específica do catequista, mais do que nunca, é de fundamental importância. “Desde o primeiro anúncio que introduz no querigma, passando pela instrução que torna conscientes da vida nova em Cristo e prepara de modo particular para os sacramentos da iniciação cristã, até à formação permanente que consente que cada batizado esteja sempre pronto «a dar a razão da sua esperança a todo aquele que lhe peça» (cf. 1 Pd 3, 15). O Catequista é simultaneamente testemunha da fé, mestre e mistagogo, acompanhante e pedagogo que instrui em nome da Igreja. Uma identidade que só mediante a oração, o estudo e a participação direta na vida da comunidade é que se pode desenvolver com coerência e responsabilidade” (Francisco, n. 6). Então, para este ministério “sejam chamados homens e mulheres de fé profunda e maturidade humana, que tenham uma participação ativa na vida da comunidade cristã, sejam capazes de acolhimento, generosidade e vida de comunhão fraterna, recebam a devida formação bíblica, teológica, pastoral e pedagógica, para ser solícitos comunicadores da verdade da fé, e tenham já maturado uma prévia experiência de catequese” (Francisco, n. 8). Parabéns a vocês, catequistas!
(Artigo publicado no site da CNBB)
(Imagem: Reprodução/Internet)